Este agroecossistema possui elevado valor social, ambiental e económico, reconhecido a nível nacional e ibérico, sendo classificado como de Elevado Valor Natural. Assim, é imperativo desenvolver modelos de negócio e mecanismos inovadores, atrativos para gestores e proprietários, que promovam benefícios efetivos para a biodiversidade a longo prazo.
No âmbito deste projeto, foi realizada uma análise da evolução do conceito de créditos de biodiversidade desde os anos 70, bem como o mapeamento dos principais desafios para a sua implementação no terreno. Esta análise procurou identificar forças, fraquezas e requisitos para garantir a viabilidade do mecanismo e evitar erros cometidos com outras ferramentas, nomeadamente com o mercado de carbono.
Atualmente, a equipa está a estudar mecanismos análogos em funcionamento noutras regiões do mundo, informação essencial para a criação de um mercado de créditos de biodiversidade para o Montado.
O processo será necessariamente participativo, através de diferentes tipos de atividades, para recolha de contributos de todas as partes interessadas. Posteriormente, pretende-se implementar um projeto piloto que permita testar as diferentes componentes do mecanismo, em contexto real de mercado, o que permitirá efetuar os eventuais ajustes que sejam necessários.
Esta solução poderá vir a beneficiar um milhão de hectares de Montado em Portugal e cerca de três milhões de hectares na Península Ibérica.
Um estudo promovido pelo World Economic Forum estima que, até 2050, a procura por créditos de biodiversidade poderá situar-se entre 69 e 180 mil milhões de dólares. Muito recentemente, a Comissão Europeia apresentou o Roadmap for Nature Credits, um plano estratégico para desenvolver créditos de natureza, visando tornar os investimentos na natureza uma fonte estável de valor duradouro.
Para além do potencial de mercado, há um claro reconhecimento de que, se bem desenhado, este tipo de mecanismo poderá gerar benefícios duradouros, tanto para a natureza como para as pessoas.