A natureza é, portanto, um conceito mais amplo que inclui não só a biodiversidade, mas também a “geodiversidade”, a componente não viva da natureza, frequentemente invisível aos nossos olhos e, por isso, pouco valorizada.
Mas em vez de um ensaio sobre a cegueira sugiro antes um exercício de dissecação.
Ao falarmos de geodiversidade falamos da diversidade de materiais geológicos que compõem o nosso planeta, como os minerais, as rochas ou os fósseis, assim como das formas de relevo como as montanhas, os vales, as falésias, as dunas ou tantas outras que caracterizam a Terra. Falamos também dos processos ativos que moldam o planeta, como os sismos, os vulcões ou os fenómenos de erosão. A geodiversidade inclui igualmente elementos essenciais, como a água, e ainda o solo – a interface entre a biodiversidade e a geodiversidade, frequentemente chamado de “pele” do planeta, uma vez que corresponde a uma camada externa que sustenta a vida.
Além de estar por todo lado à nossa volta, a geodiversidade é essencial ao bem-estar da nossa sociedade atual, fornecendo matérias-primas, energia, água pura, habitats e contribuindo para a regulação dos ciclos naturais. Pode mesmo dizer-se que a geodiversidade é fundamental para a sustentabilidade do nosso planeta e para a qualidade de vida da sociedade.