A tradição cristã conta que três Magos do oriente seguiram uma estrela até Belém, levando a Jesus ouro (representando o nascimento de um Rei), incenso (simbolizando a sua divindade) e mirra (para representar a humanidade e o sofrimento). Usados pelas suas propriedades medicinais, incenso e mirra eram produtos com valor igual ou superior ao do ouro.
Incenso e mirra são resinas aromáticas que provêm principalmente de duas espécies de árvores que crescem nas regiões áridas e semiáridas do nordeste africano e da Península Arábica: a mirra provém da Commiphora myrrha e o incenso da Boswellia sacra.
Estas árvores produzem secreções – resinas ou gomas oleorresinosas – quando os seus troncos e ramos sofrem feridas ou cortes. Na composição destas resinas existem químicos com propriedades que reforçam a imunidade das plantas – propriedades desinfetantes e antimicrobianas, por exemplo – e a sua secreção previne que as fissuras sejam um ponto de entrada ou de ataque por parte de insetos, bactérias ou fungos que lhes podem ser nocivos.
Estas propriedades têm efeitos igualmente benignos em várias condições humanas e os povos das regiões nativas do incenso e mirra começaram a conhecê-las e a valorizá-las para fins medicinais desde muito antes do nascimento de Jesus.
As resinas de incenso e mirra são especialmente valorizadas depois destas secreções solidificarem, quando o seu aspeto lembra pequenos cristais. Além do seu uso medicinal, foram amplamente utilizadas por inúmeros cultos religiosos, como unguentos e em fumigações – queimadas para libertar fumos aromáticos que simbolizam elevação espiritual e purificação.














