Identificar, classificar e nomear os diferentes objetos e organismos que nos rodeiam é algo intrínseco aos seres humanos: à necessidade de compreender o organizar o mundo. Muito antes de existirem taxonomistas, biólogos ou zoólogos, identificar e distinguir entre tipos, formas, propriedades e comportamentos de diferentes animais, plantas e fungos era antes de mais uma necessidade. Para os nossos antepassados recoletores, este conhecimento – ou a falta dele – podia significar viver ou morrer, tal era a importância de distinguir uma planta comestível de outra venenosa.
Embora identificar, nomear e classificar seja algo inato, fazê-lo com critérios objetivos e aceites globalmente é um desafio tão complexo como a realidade que se pretende conhecer, nomear e classificar. Para se ter uma noção desta complexidade basta pensar na quantidade e diversidade de plantas que existem no mundo, já para não falar nos fungos e bactérias, muitos dos quais nem sequer conseguimos ver a “olho nu”.
Contudo, esta é uma missão especialmente crítica para a preservação da biodiversidade, porque só podemos proteger aquilo que conhecemos.
Embora não estejam sozinhos nesta missão, os taxonomistas especializaram-se nela e, como indica Carlos Aguiar, no seu livro “Sistemática das plantas vasculares”, o seu trabalho consiste:
- Na criação de sistemas de classificação que permitam agrupar e categorizar os organismos segundo uma estrutura lógica, geralmente hierárquica, indicativa de ligações (e distinções) entre grupos de seres vivos;
- Na nomeação destes organismos segundo normas que permitam designá-los de forma universal e inequívoca;
- Na identificação e denominação dos organismos, tendo como referência as categorias previstas no sistema de classificação.