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Microbioma do solo: perturbações e recuperação

No microbioma do solo, bactérias, fungos, nematoides e muitos outros seres vivem e interagem, criando um equilíbrio dinâmico que é vital aos ecossistemas terrestres, incluindo o florestal. Conheça com Cristina Cruz e Teresa Dias como diferentes perturbações, como a seca ou o fogo, podem fragilizar este equilíbrio e como podemos ajudar a restaurá-lo.

Apesar da aparência inerte, o solo é o ambiente mais biodiverso do nosso planeta. Um único punhado de solo saudável contém mais espécies do que toda a diversidade visível em qualquer outro ecossistema. A sua complexidade resulta das interações entre minerais, água, ar e matéria orgânica, que sustentam um intricado ecossistema subterrâneo – o microbioma do solo – onde bactérias, fungos, nematoides, raízes e muitos outros seres vivem e atuam, influenciando-se e modulando-se para criar um equilíbrio dinâmico fundamental à resiliência e sustentabilidade dos ecossistemas terrestres.

Por exemplo, vários microrganismos produzem enzimas que decompõem folhas, caules e ramos caídos, assim como raízes e animais mortos, transformando as estruturas complexas destes sobrantes orgânicos em elementos mais simples (açúcares), que são depois usados como fontes de energia para os próprios microrganismos. Neste processo, parte do carbono contido nos materiais em decomposição é incorporado no solo e a nova matéria orgânica que se acumula à superfície melhora a estrutura e o arejamento do solo, ajudando-o a reter a água e os nutrientes (como o azoto, o ferro e o potássio) essenciais ao crescimento das plantas.

Neste sentido, os microrganismos são essenciais para a existência de matéria orgânica e, por sua vez, esta é a força vital do solo: sem ela, os microrganismos carecem de energia, a estrutura do solo degrada-se e a capacidade de reter água e nutrientes diminui.

Contudo, estas importantes funções do microbioma do solo dependem da manutenção do equilíbrio entre populações das diferentes espécies, géneros, famílias e reinos que o compõem, assim como da continuidade das interações que estabelecem, incluindo relações de cooperação que estão na origem de sinergias benéficas para eles mesmos e para o ecossistema.

Veja-se o caso concreto dos fungos decompositores e dos fungos micorrízicos arbusculares e ectomicorrízicos (fungos que estabelecem dois tipos de relações simbióticas com as raízes das plantas). Por um lado, aumentam a eficiência na captação de fósforo e azoto, elementos fundamentais para o crescimento vegetal. Por outro, melhoram a estrutura do solo, ao formarem “teias” que agregam as partículas do solo, contribuindo para a sua sustentação.

O papel do microbioma do solo é particularmente relevante em ecossistemas como a floresta Mediterrânica, caracterizados por condições climáticas adversas, longos períodos de seca, fogos intensos e frequentes e solos pobres em matéria orgânica e nutrientes, onde a assincronia entre as diversas funções do ecossistema é uma condicionante à sua funcionalidade e produtividade.

Microbioma do solo: mais pressões nas florestas mediterrânicas
Ecossistemas dependem do microbioma do solo

O solo é o suporte dos ecossistemas terrestres. Em qualquer ecossistema, mesmo nas florestas mais biodiversas, a biodiversidade do solo é várias ordens de grandeza superior à dos outros “compartimentos” do ecossistema. Desta biodiversidade faz parte o microbioma do solo, que é essencial para a funcionalidade dos ecossistemas.

O equilíbrio do microbioma do solo é um elemento-chave da saúde das árvores, arbustos e ervas que vivem nos diferentes estratos das florestas: melhora a absorção de nutrientes e água, promove maior resistência a diferentes fatores de stress (hídrico, térmico e nutricional) e reforça a proteção contra organismos que lhes podem ser nocivos (aumentando a resiliência a pragas e doenças).

Assim, o restauro e a conservação do microbioma do solo são estratégias cruciais para garantir a saúde, a estabilidade e a produtividade das florestas, assegurando a sua sustentabilidade a longo prazo, o que se torna ainda mais relevante em contexto de crise climática.

Perturbações da floresta e alterações do microbioma do solo

A perturbação da floresta devido a secas, incêndios, cheias ou fragmentação, causa um efeito em cascata: a cobertura vegetal é reduzida e acelera a erosão, a fina camada de solo fértil mais próxima da superfície é removida e são interrompidos vários ciclos naturais como os de nutrientes, água e carbono. No entanto, cada tipo de perturbação gera mudanças específicas no microbioma do solo que alteram a sua biodiversidade e funcionalidade.

Quem é prejudicado e beneficiado pelas perturbações no solo

O efeito das secas

As secas reduzem drasticamente o teor de água no solo, limitando a disponibilidade dos nutrientes que nela estão dissolvidos e elevando a concentração de sais ou solutos no solo, o que dificulta a absorção da pouca humidade existente (causando stress osmótico):

– Bactérias – As bactérias Gram-negativas (como certas Proteobacteria, Verrucomicrobia e Acidobacteria) perdem vigor e abundância, pois têm menor resistência estrutural à perda de água. As bactérias Gram-positivas (como as Actinobacteria, Firmicutes e Chloroflexi) aumentam em proporção, por apresentarem paredes celulares mais resistentes e, em alguns casos, formarem esporos. Esta mudança compromete funções como a decomposição de matéria orgânica, a reciclagem de nutrientes e a promoção do crescimento vegetal.

– Fungos – A comunidade fúngica do solo florestal mediterrânico é profundamente afetada pela redução das espécies de fungos sensíveis à seca (como os saprófitos e os ectomicorrízicos de longa exploração que podem explorar o solo até um a dois metros das raízes a que estão associados) e pelo favorecimento de espécies adaptadas, como o Cenococcum geophilum, que é capaz de tolerar pressões ambientais como a seca e o aumento de salinidade. Esta mudança altera funções vitais, como a capacidade de decomposição, o ciclo de nutrientes, a estabilidade do solo e a resiliência ecológica do sistema florestal.

Para sobreviverem à seca, muitos microrganismos ativam respostas fisiológicas que os ajudam a reter a água nas suas células ou lhes permitem entrar em dormência até que surjam condições mais favoráveis para retomarem a atividade.

Perturbações do microbioma do solo: seca

A fisiologia da interação planta-microrganismo também pode ser alterada: algumas plantas libertam substâncias específicas (como os exsudados radiculares) que atraem microrganismos tolerantes à seca, fortalecendo simbioses funcionais – por exemplo, com fungos micorrízicos – que permitem aumentar a absorção de água e nutrientes pelas plantas e a agregação das partículas do solo. Até as comunidades de micróbios têm resiliência e memória ecológica, o que os ajuda a sobreviver em situação de seca.

Contudo, nem todos os organismos sobrevivem e a biodiversidade genética que existia antes da seca diminui. Quando há repetição dos ciclos de seca moderada, parte da biodiversidade tende a recuperar-se, pela disseminação de microrganismos mais adaptados às condições mais áridas. Mesmo assim, os eventos extremos de seca têm consequências duradouras, que afetam a reciclagem de carbono e azoto, e podem comprometer a decomposição de matéria orgânica e a manutenção da fertilidade a longo prazo.

O efeito das inundações

As cheias reduzem de forma dramática a quantidade de oxigénio presente no solo e promovem a acumulação de metano e óxido nitroso (dois gases com efeito de estufa).

Assim, o excesso de água afeta negativamente os organismos do solo que necessitam de oxigénio para sobreviver e conseguir realizar as suas funções (organismos aeróbios):

Bactérias aeróbias (Pseudomonas spp. ou Bacillus spp.). Estes dois géneros de bactérias incluem organismos promotores do crescimento vegetal (pela produção de metabolitos e transformação de nutrientes essenciais) e apoiam a degradação de compostos tóxicos. Com carência de oxigénio, o seu crescimento e sobrevivência ficam comprometidos e as funções ecológicas que desempenham reduzem-se, podendo ocorrer a sua morte ou dormência, o que altera o equilíbrio, resistência e fertilidade do solo.

– Fungos micorrízicos arbusculares. Estes fungos penetram nas células das raízes e formam associações mutuamente benéficas com a maioria das plantas, apoiando-as na absorção de nutrientes e na resistência a fatores de stress (como a seca, poluição por metais pesados e organismos patogénicos) ao mesmo tempo que ajudam à estabilidade dos agregados do solo. Contudo, quando os poros do solo estão preenchidos por água em vez de oxigénio, estes organismos diminuem ou suspendem a sua atividade e a colonização das raízes reduz-se ou cessa. Em casos prolongados, pode ocorrer a morte destes fungos e o colapso das redes subterrâneas (redes de hifas) benéficas às plantas. A sua ausência atrasa a recolonização e estabilização do solo, abrindo caminho à erosão e à perda de nutrientes.

Por outro lado, as cheias favorecem os organismos anaeróbicos (que não necessitam de oxigénio para viver):

– Bactérias desnitrificantes (Paracoccus spp. ou Pseudomonas spp.). Em ambientes inundados, onde existe disponibilidade de nitrato e matéria orgânica, estes grupos de bactérias aumentam a sua atividade, convertendo o nitrato presente no solo em formas gasosas de azoto (óxido nitroso e azoto molecular) que são depois libertados para a atmosfera. Neste processo, chamado desnitrificação, levam também à redução (ou ao desaparecimento) do azoto disponível no solo, que é essencial à respetiva fertilidade e ao crescimento das plantas;

– Archaea metanogénicas (Methanobacterium spp. ou Methanosarcina spp.). Estes microrganismos degradam a matéria orgânica em ambientes sem oxigénio, gerando metano como subproduto deste processo (chamado metanogénese). Em ambientes saturados de água e pobres em oxigénio a produção de metano aumenta, aumentando também o metano que é depois libertado para a atmosfera.

Perturbações do microbioma do solo: cheias

A alteração da comunidade microbiana leva a perdas de azoto por desnitrificação, aumenta a putrefação da matéria orgânica e a libertação de gases com efeito de estufa para a atmosfera. O tempo necessário para a recuperação depende do tipo de solo e das condições climáticas, mas o regresso do microbioma do solo ao seu equilíbrio funcional é um processo tipicamente lento.

O efeito dos incêndios

Além de modificarem diretamente um vasto conjunto de propriedades físicas, químicas, físico-químicas e mineralógicas do solo (desde o pH à perda de matéria orgânica e nutrientes), o fogo e as altas temperaturas que lhes estão associadas alteram o equilíbrio entre os organismos que contribuem para a sustentação, equilíbrio e fertilidade do solo.

Têm efeito negativo, sobretudo:

– Nos fungos ectomicorrízicos (Cenococcum spp. ou Suillus spp.). Devido à destruição da biomassa fúngica, perdem-se diferentes comunidades que estabelecem relações benéficas com as raízes das plantas;

– Nas bactérias fixadoras de azoto (Rhizobium spp. ou Azospirillum spp.). Devido à redução de matéria-orgânica, diminui a presença destas bactérias e a fixação de azoto essencial ao crescimento vegetal.

Em contrapartida, promove o aparecimento de organismos, como:

– Fungos pirófilos (Pyronema spp., Aspergillus spp.). São fungos que beneficiam das condições pós fogo e que, sendo de crescimento rápido, recolonizam de imediato os solos queimados.

– Bactérias produtoras de esporos resistentes ao calor (Bacillus spp. ou Actinobacteria spp.).

Perturbações do microbioma do solo: fogo

O fogo afeta drasticamente o ciclo do azoto e de carbono. No primeiro caso, reduz a fixação biológica de azoto no solo e promove a perda de nitrato e amónia, enquanto no segundo promove a combustão da matéria orgânica e deixa o solo exposto e vulnerável à erosão. A recuperação implica um processo de sucessão ecológica, que é inicialmente dominado pelas espécies termotolerantes. O restabelecimento da comunidade original é gradual e faz-se ao longo dos anos.

O efeito da fragmentação das florestas

A fragmentação de áreas florestadas afeta o microbioma do solo de forma mais subtil, mas, ainda assim, tem influência na sua funcionalidade, uma vez que leva à interrupção das dinâmicas e equilíbrios antes existentes.

Desta forma, a fragmentação é prejudicial a:

– Fungos decompositores de lenhina (Trametes spp. ou Pleurotus spp.), por reduzir os seus habitats e limitar recursos críticos como madeira morta. Embora certos fungos consigam persistir por algum tempo, a perda de diversidade vegetal provocada pela fragmentação pode comprometer a eficiência da decomposição e desencadear impactes ecológicos em cascata.

– Bactérias fixadoras de azoto (Rhizobium spp. ou Frankia spp.), por diminuir a sua diversidade e atividade, levando a uma maior carência de azoto, que contribui, por sua vez, para a infertilidade do solo.

– Fungos micorrízicos arbusculares devido ao desaparecimento de ervas, arbustos e árvores ou o desenvolvimento de menor número de raízes fundamentais à instalação destes fungos. O enfraquecimento da sua presença leva à diminuição da conectividade entre os elementos do ecossistema e das relações mutuamente benéficas com as plantas, reduzindo o arejamento do solo e a capacidade de infiltração da água.

Por outro lado, beneficia:

– Micro-organismos invasores e patogénicos (Phythophtora spp. ou Fusarium spp.). A proliferação destes micro-organismos organismos é promovida, devido à menor competição por recursos por parte de outros grupos que se reduziram.

Perturbações do microbioma do solo: fragmentação

A fragmentação da floresta afeta os ciclos do carbono e do azoto, bem como a regulação de organismos patogénicos. A recuperação depende de voltar a ser reposta a conectividade da paisagem e implica a regeneração da vegetação nativa.

Soluções biológicas para o restauro do solo

As florestas mediterrânicas, caracterizadas por verões quentes e secos e invernos amenos e chuvosos, enfrentam na presente crise climática desafios significativos devido a secas prolongadas, cheias, incêndios e fragmentação. Estas perturbações afetam a saúde dos solos florestais, comprometendo a sua estrutura, fertilidade e capacidade de retenção de água.

Várias soluções para recuperar o microbioma do solo

Neste cenário, as soluções biológicas emergem como ferramentas eficazes e sustentáveis para restaurar a funcionalidade do solo e promover a recuperação ecológica. A recuperação deste tipo de perturbações é lenta, mas existem formas de ajudar a reverter os processos que contribuem para a degradação das florestas e dos ecossistemas terrestres em geral.

O restauro do microbioma é uma estratégia natural para a reposição dos equilíbrios e o aumento da matéria orgânica do solo é uma das formas mais eficazes de fortalecer a biodiversidade microbiana, restaurar a funcionalidade dos ecossistemas e melhorar a resiliência das florestas às pressões ambientais.

São várias as ferramentas disponíveis para reconstituir a estrutura e processos do solo, desde os biofertilizantes ao biochar. A escolha da mais adequada depende do tipo de perturbação sofrida pelo solo, das condições ambientais locais, dos objetivos específicos de restauração e do grau de degradação do solo. A integração dessas práticas com outras abordagens de gestão sustentável pode acelerar o processo de recuperação e garantir a resiliência dos ecossistemas afetados.

Exemplos de ferramentas de base biológica para restauro de solos florestais, de acordo com os agentes de stress e o grau de degradação dos solos

Solução biológica
Benefícios
Limitações
Condições de aplicação
Grau de degradação do solo
Biofertilizantes microbianos- Aumenta a disponibilidade de nutrientes.
- Estímula a atividade biológica do solo.
- Melhora a estrutura do solo e retenção de água.
- Eficácia variável conforme condições ambientais.
- Necessidade de aplicação adequada e monitorização.
Seca, cheias, solos empobrecidos.Médio a alto.
Adubação verde com leguminosas- Aumenta a fertilidade do solo.
- Reduz a necessidade de fertilizantes químicos.
- Melhora a estrutura do solo e da biodiversidade.
- Requer planeamento adequado para evitar competição com culturas principais.
- Pode não ser suficiente para solos altamente degradados.
Solos degradados.Médio a alto.
Inoculação com micorrizas- Aumenta a absorção de nutrientes e água pelas plantas.
- Melhora a resistência a patógenos e stress ambiental.
- Contribui para formação de agregados do solo.
- Eficácia depende da presença de esporos viáveis no solo.
- Pode não ser eficaz em solos com muito baixa biodiversidade microbiana.
Fogo, solos com baixa biodiversidade.Alto.
Uso de compostos orgânicos e biochar- Aumenta a capacidade de retenção de água e nutrientes.
- Melhora a estrutura do solo e atividade biológica.
- Reduz a acidez e salinidade do solo.
- Requer produção ou aquisição de grandes quantidades de material.
- Pode ser dispendioso dependendo da escala de aplicação.
Seca, solos ácidos ou salinos.Médio a alto.
Gestão integrada de espécies nativas e agroflorestais- Acelera a sucessão ecológica e recuperação da biodiversidade.
- Melhora a estrutura e fertilidade do solo.
- Contribui para a fixação de carbono e a mitigação das mudanças climáticas.
- Requer conhecimento técnico e planeamento adequado.
- Pode ser demorado para observar resultados significativos.
Fragmentação, restauro ecológico.Alto.

A resiliência da floresta depende de um solo saudável, capaz de sustentar a diversidade vegetal e de manter em equilíbrio os ciclos naturais que estruturam a vida. Sendo o solo a fundação invisível da floresta, proteger e restaurar a sua integridade não é apenas uma questão de conservação, mas uma necessidade para garantir a estabilidade ecológica e climática do nosso planeta.

Investir na preservação e restauro do microbioma do solo é semear o futuro da floresta. Ao fortalecer a vida invisível sob os nossos pés, garantimos ecossistemas mais resilientes, solos mais férteis e uma produção florestal mais equilibrada e sustentável.

Conhecer para melhorar o microbioma do solo

A compreensão e a gestão adequada do microbioma do solo, com a adoção de práticas agroecológicas que se traduzam no aumento da matéria orgânica, podem ajudar no restauro ambiental e no equilíbrio dos ciclos vitais – água, carbono, nutrientes – promovendo sistemas mais sustentáveis e adaptáveis às mudanças globais. A conservação e restauro do microbioma do solo são estratégias-chave para mitigar os efeitos das mudanças climáticas na floresta mediterrânica.

Conteúdo em colaboração com Cristina Cruz e Teresa Dias

Cristina Cruz é doutorada em Ecologia e Sistemática Vegetal, professora na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e investigadora no cE3c – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas, da mesma instituição. A sua pesquisa tem-se centrado em aprofundar as relações complexas entre as plantas, o solo e as comunidades microbianas.

Teresa Dias é doutorada em Ecofisiologia, pela Universidade de Lisboa, e investigadora no cE3c. Com a sua pesquisa procura saber mais sobre os impactes das alterações antropogénicas na disponibilidade de azoto e fósforo e a forma como afeta a estrutura e o funcionamento dos ecossistemas terrestres na região do Mediterrâneo.