O zambujeiro ou oliveira-brava, tal como indica este seu nome comum, é da família das oliveiras (Oleaceae). É uma espécie mediterrânica e endémica em Portugal, mais persistente no Algarve e em algumas zonas do Alentejo, da Estremadura e do Ribatejo. Prefere solos secos e rochosos e é bastante resistente a altas temperaturas. Tem grande longevidade, podendo viver até cerca de três milénios.
Quando falamos do zambujeiro, falamos da espécie Olea europaea var. sylvestris. Este tipo de oliveira-brava, é bem reconhecida pelas suas folhas e azeitonas mais pequenas e, às vezes, é usada como ornamental em jardins ou rotundas, onde a vemos com porte de arbusto.
O óleo extraído do fruto do zambujeiro apresenta um perfil lipídico muito semelhante ao do azeite, rico em compostos bioativos, como tocoferóis e esteróis vegetais.
A sua aplicação é muito comum na sabedoria popular: os mais antigos usavam as folhas do zambujeiro para fazerem uma decocção, que usavam como um eficaz hipotensor. Este efeito de redução da pressão arterial é conseguido graças aos variados compostos fenólicos presentes – a oleuropeína é o mais abundante – que produzem um efeito inibitório da enzima conversora da angiotensina e atuam bloqueando os canais de cálcio a nível renal. Este e outros compostos desta planta medicinal criam uma sinergia perfeita que garante este efeito terapêutico, bem como um efeito hipocolesterolémico – de redução dos níveis de LDL (o “mau” colesterol) no sangue.
Deve-se apenas ter cuidado com as interações, no caso de um doente estar a tomar algum medicamento anti-hipertensor, para não potenciar o efeito.